quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O Homem como um Ser Social





Ao considerar o homem como um ser de relações sociais, tem-se que focalizar os aspectos facilitadores e os impeditivos, como por exemplo, bloqueios, barreiras, omissões, tanto nos termos pessoais quanto nos grupais.




O processo de socialização tende a direcionar a vontade e os valores essenciais do individuo que desde a infância incorpora normas e valores vigentes na família e na sociedade estabelecendo funções instrumentais, consultorias e ego defensivos. A formação do caráter de cada individuo é constituído por valores circulantes na sociedade, que possibilita o homem sua auto – afirmação e a formação de sua individualidade.




Esses valores não são incorporados em sua totalidade pelo individuo. Outra relação, porém pode não ter adquirido um caráter significativo para o individuo, como por exemplo, o contato com figuras autoritárias e múltiplas implicações. As experiências num ambiente de trabalho tendem a associar a experiência de vida, isso nos mostra que a conduta é caracterizada por um conjunto de condicionamento e aprendizados que afetam sistematicamente as interações sociais e profissionais mantidas no contexto de trabalho.




Os indivíduos ao se relacionarem com diversos ambientes o fazem seguindo parâmetros preestabelecidos, na tentativa de delinearem condutas que na maioria das vezes são reflexos de suas interações familiares e experiências sociais. Ao estabelecerem relações com o ambiente de trabalho, projetam expectativas e valores do meio em que vivem. O auxiliar de escritório, o chefe e o diretor são representantes de diferentes camadas sociais e de categorias profissionais diversas. Evidenciam-se, desta maneira, características específicas destas e daquelas.




A proposta de um enfoque que preconize o indivíduo é uma evolução que vem tomando consistência, e que está resultando em uma revisão das diretrizes da condição humana. A comunicação franca e freqüente, característica deste processo, permite maior interesse e envolvimento com fatos e pessoas. Isso leva a um respeito mútuo generalizado e faz nascer à confiança entre os membros da organização.




Os complexos mecanismos existentes nas organizações podem ser compreendidos quando existe valor no comportamento humano de modo amplo e em todos os níveis.




A partir da psicologia social pode-se abordar o homem e o trabalho executado de forma abrangente e interdependente. Muitos trabalhadores não estão satisfeitos com suas atividades laborativas, e por causa disso muitos conflitos passam a existir no ambiente de trabalho.




Outra causa para a existência de conflitos é a falta de participação do trabalhador nas decisões no âmbito do poder diretivo da organização. São pessoas diferentes, com anseios e expectativas diversas, na tentativa de fazerem valer suas opiniões.




A qualidade de vida no trabalho está relacionada ao desenvolvimento organizacional, resultado das condições do salário justo, ambiente seguro e saudável, crescimento e segurança, autenticidade, relevância social, total espaço de vida do individuo e metas para a auto-realização, ou seja, condições facilitadoras ao bem estar do funcionário. A qualidade de vida no trabalho é determinada pela interação individual e situacional.




As organizações exercem influencias acentuadas sobre os estados emocionais dos indivíduos que as compõem. As sugestões decorrentes de praticas coercitivas ocasionam danos profundos na personalidade dos indivíduos.




À medida que a personalidade do dirigente tende a determinar seu modo de agir, pesquisadores tem ressaltado as relações entre as dimensões da personalidade do administrado/ líder e a administração da organização.




Ocorre também como conseqüência, a postura do executivo em não querer arriscar- se diante de novas situações, ocasionando lentidão na tomada de decisões e insatisfação da equipe frente ao trabalho desenvolvido e os impactos decorrentes: Ralação Custo X Beneficio, ou seja, Investimento no Trabalho X Valorização.




Nas organizações, a maneira de exercer o poder toca principalmente em três aspectos distintos: a orientação estratégica da empresa, a forma de estruturação priorizada e cultura interna dominante.




Ocorrem conflitos e contradições entre os espaços sociais ocupados pelos grupos existentes nas organizações e os espaços ocupados pelos indivíduos que dele fazem parte. O clima organizacional é, às vezes, conseqüências e outras vezes, condicionante da saúde mental de uma organização, dos trabalhos e das transações mantidas com o ambiente.




Ao se considerar o homem sob uma perpesctiva integral, ressaltam- se dois aspectos que merecem análise: O homem enquanto ser social e o homem enquanto ser político.




Num primeiro aspecto ao focalizarmos o homem como ser social, temos que nos deter nas múltiplas interações que o mesmo tempo estabelece com, diferentes contextos dos quais eles fazem parte- o estado, a sociedade, os grupos sociais, a comunidade, a família, as relações interpessoais e também, especificar níveis de interações que gradativamente se vão constituindo. O sentido que queremos atribuir à categoria política insere-se em uma perspectiva ampla que contempla a dimensão internacional e os fatos associados às questões comunitárias e necessidades grupais.




Com conseqüência, das possíveis manifestações políticas em diferentes organizações, pode- se identificar o grau em que se manifesta a participação dos funcionários, entendendo- se por participação ao exercício do poder pelos indivíduos que compõem uma organização.




A participação é o envolvimento dos indivíduos no processo de trabalho. Tem- se dois tipos de participação: a Financeira e a Não- Financeira.




A participação Financeira refere- se ao fato de que novas opções econômicas tendem a melhores resultados financeiro, o que implica no direito à participação nos lucros das empresas por parte de seus colaboradores.




A participação Não- Financeira se evidencia pelo grau de comprometimento do trabalhador diante dos processos de trabalho, da equipe e do grau de relacionamento mantido com a liderança exercida.




Os condicionantes da participação são de duas ordens: fatores psicológicos e tipo de estrutura da organização.




Os fatores psicossociais assinalam a influencia decisiva do meio social sobre as iniciativas de participação; quanto à estrutura organizacional é conveniente registrar que certos tipos de estruturas criam obstáculos à participação enquanto outros viabilizam a participação.




A participação como mecanismo de interação social e política retrata o grau de amadurecimento existente nas relações presentes nos diferentes setores da organização.




As considerações explicitadas a respeito do processo de participação nas organizações possibilitam-nos mapear os principais conceitos variáveis envolvidos, cujos benefícios principais podem ser enunciados.




Uma organização reflete respectivos estágios diferenciados– personalista; de transição; compartilhado (não personalista) – que assinalam distritos caminhos adotados pelos indivíduos e grupos quanto ao processo decisório; à tomada de decisões à centralização / descentralização de poder, delegação de tarefas, assinalando o momento particular vivenciado pela empresa e o grau de amadurecimento administrativo, comportamental tecnológico e estratégico.




A atuação nas organizações permite- nos captar aspectos específicos de distintas culturas organizacionais, ou seja, empresas de diferenciados segmentos de mercado e distritos ramos de atividades- petroquímicos, químico siderúrgico, eletrônico, comercial, prestação de serviços entre outros.




Esses aspectos assinalam disfunções globalizantes; os prejuízos que estas disfunções ocasionam para as organizações são inúmeras e afetam tanto o clima interno (relações interpessoais, motivações, satisfação dos indivíduos e grupos, estilo de liderança, nível de participação).




O resultado dessa características contrapõe- se aos anteriormente mencionados; com essas novas diretrizes, evidencia- se o surgimento de um estágio organizacional mais evoluído, em que a valorização do homem se faz sentir de forma acentuada.




Ao nos apropriarmos dos símbolos e signos representativos de uma organização estaremos identificando o grau de sua cultura e dos fatores daí decorrentes. Ao intervir em uma organização, podem-se estabelecer parâmetros e critérios extraídos da leitura de símbolos, signos e do sistema imaginário e representativo inerente à mesma, pois tais fatores nos possibilitam compreender, de maneira abrangente, o sistema de comunicação organizacional.




As empresas devem evitar tentativas planejadas de desenvolvimento organizacional no que diz respeito a estilo, estrutura, funcionamento e dinamismo, que normalmente são adaptados por algumas empresas, inclusive multinacionais e de consultorias, que utilizam “esquemas prontos”, “formulas mágicas”, distantes de cultura vigente.




A intervenção organizacional assinalada pode assumir dois enfoques: Consultorias Internas (funcionários pertencentes à organização) e Consultorias Externas (contratados na terceirização de serviços), o que propicia maior agilidade nas ações globais, acelerando o processo de adaptação ao meio externo (cliente), sem perder de vista a sinergia interna à organização (relação: Cliente / Consumidor Interno).








Comentário:




A sociedade e a família têm um peso sobre a formação do homem como ser social. Porém, este peso não é absorvido pelo indivíduo em sua totalidade. Através das experiências, do condicionamento e do aprendizado em ambiente familiar, o homem tende a fazer uma relação entre este e a organização na qual ele exerce seu labor. Ele é influenciado pelo conceito e pelo aprendizado como ser político e social, mostrando-se profundamente envolvido em suas relações interpessoais.




Uma vez insatisfeito com o seu ambiente de trabalho, o homem tende a agir de forma agressiva. Esta situação pode influenciar todo o grupo e pode causar situações bastante problemáticas, como, por exemplo, a não aceitação da estrutura vertical e da falta de participação da base organizacional nas tomadas de decisões. Tudo isso pode causar danos ao sistema psicológico do indivíduo.




A interação no ambiente de trabalho está relacionada ao desenvolvimento e à motivação. Salários justos, bom relacionamento entre os colegas, respeito e condições facilitadoras ao bem estar são fatores determinantes para caracterizar uma equipe motivada e bem desenvolvida.




A participação política, social e financeira na estrutura organizacional da empresa é outro tópico importante para caracterizar o desenvolvimento de uma organização.




A partir do incremento e compromisso para a participação, haverá a conscientização dos indivíduos em relação aos objetivos gerais, em sua forma mais abrangente, quanto à missão organizacional e ao envolvimento grupal, tendo- se como referencia os papeis assumidos no ambiente de trabalho, em termos de colaboração, experiências mútuas, apoio sócio- emocional, que caracterizam mecanismos sinérgicos facilitadores do processo grupal e, por extensão das condições propícias à participação.




A participação, como mecanismo de interação social e política, retrata o grau de amadurecimento existente nas relações presentes nos diferentes setores da organização.

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